segunda-feira, outubro 16, 2017

ATAQUES TERRORISTAS

ATAQUES  TERRORISTA

O leitor deve imaginar que os ataques terroristas em vários países são ocasionados por problemas políticos ou religiosos. Puro engano. É uma situação que vem acontecendo através dos tempos. Desde antigamente são atos brutais que horrorizam os mais diferentes países e comunidades.

A palavra terrorista surgiu com a Revolução Francesa de 1789 registrada como um “sistema  ou domínio do terror”. No entanto nos primeiros registros da história eram considerados “grupos de pessoas que assustavam ou aterrorizavam  outros para fazê-los acatarem suas crenças e práticas religiosas”. Os zelotes da antiga Judéia atacavam  as autoridades dominadoras gregas e romanas. Os sicários eram outros judeus que aterrorizavam judeus que se haviam desviado de sua fé religiosa.
Na antiga Rússia também são conhecidos movimentos revolucionários que usavam a palavra terrorismo.

A Ex Primeira  Ministra da Grã-Bretanha Margaret Tatcher foi categórica:”Devemos tentar encontrar formas de matar o terrorista de fome e o ladrão do oxigênio da publicidade da qual eles dependem”!!

O terrorismo moderno começou com a Ku Klux Kan na Guerra Civil Americana em 1865 contra a abolição dos escravos e a reconstrução do País, pela supremacia branca contra negros, semitas e  outras minorias étnicas.

A Al Quaeda e o Estado Islâmico são os mais recentes movimentos que praticam atos terroristas contra populações civis. São alvos prioritários do terrorismo os países aliados na lutas que ocorrem na Síria, Iraque e Afganistão principalmente.

O livro das pesquisadoras Anne Williams e Vivian Head com o título de ATAQUES TERRORISTAS- A Face Oculta da Vulnerabilidade, detalha com objetividade e segurança os movimentos terroristas em todo mundo. Sua leitura é esclarecedora e a forma imparcial e científica de construção do texto merecem nossa total confiança.
É uma leitura séria apresentada de forma a esclarecer um dos temas quem tem preocupado a humanidade.

domingo, outubro 15, 2017

DOIS GÊNIOS DA HUMANIDADE

DOIS  GÊNIOS  DA  HUMANIDADE


Se o Prêmio Nobel de Literatura existisse nos anos 1600, sem dúvida alguma, em determinado ano, seria dividido entre Miguel de Cervantes Saavedra e William Shakespeare.
O bardo inglês nasceu na pequena cidade de Stratfford-upon-Avon em 1564, filho de família humilde, estudou numa “grammar school", onde o latim era muito importante, porém nunca foi ao ensino superior. Em 1599 passou a ser sócio do teatro Globe. Os personagens de Shakespeare “são a legítima prole da humanidade comum”, também segundo autores “O nobre e o plebeu, o elevado e o baixo, o erudito e o popular, o trágico e o cômico mesclam-se com liberdade inaudita na obra de Shakespeare”. Todos lembram ou conhecem Romeu e Julieta, Antonio e Cleópatra, Henrique V, Macbeth, Rei Lear, As Alegres Comadres de Windsor ou Hamlet.

Para o professor James  Shapiro da Universidade de Columbia “Seu consagrado teatro foi perseguido pelos puritanos numa época em que o catolicismo era contestado pelos membros da Igreja Anglicana.Com a ascenção de James I, seu grupo passou a ter sua proteção.”
Ele é sem  dúvida alguma o maior nome da literatura e teatro Inglês.

Cervantes foi a inauguração do romance moderno. Para Miguel de Unamuno era a “Bíblia espanhola”. No seu Dom Quixote de La Mancha, o cavaleiro andante é um trapalhão acompanhado por seu servidor Sancho Pança.
Ferido na famosa Batalha de Lepanto ao voltar à Espanha é aprisionado por piratas e só libertado 5 anos depois, após resgate.
Ao retornar à Espanha encontra um país decadente econômica e politicamente. Casa-se e adota o sobrenome Saavedra. Divide-se entre a literatura e o emprego de coletor de impostos. Acusado de desvios é preso novamente. Lá inspira-se no Quixote. Ao ser libertado finalmente diz na sua obra: “A liberdade Sancho, é um dos mais preciosos dons que os céus deram aos homens”.

Segundo o historiador e literato italiano Italo Calvino “Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.” Para a Veja “É o que explica a perenidade de um Rei Lear ou de um Dom Quixote. É o que explica a capacidade desses dois gênios  de emocionar o leitor do terceiro milênio com textos escritos no Século XVII. A emoção da grande literatura sempre poderá comover  aqueles que se abrem para ela”.

 

quinta-feira, setembro 28, 2017

O CIDADÃO DE DOIS MUNDOS

O CIDADÃO  DE  DOIS  MUNDOS

Meu nome não faz parte dos endereços sociais da Fundação Scheffel  ( da qual fui Conselheiro antigamente) e nem da Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo. Por isso não recebi convite para  a cerimônia do lançamento solene do livro auto-biográfico do nosso consagrado artista plástico e compositor Ernesto Frederico Scheffel. Livro esse denominado SCHEFFEL POR ELE MESMO
.Tive a honra de participar com ele nos anos 70 na Fundação da Seccional do Movimento de Defesa do Patrimônio Cultural Gaúcho.
Nosso grande incentivador na época foi o Dr. Leandro da Silva Telles, Doutor em Direito pela Universidade de Berlim, fundador do Movimento Estadual e autor de um dos primeiros livros em defesa do assunto em pauta.

 O primeiro presidente da  Seccional foi o bancário, tradutor e escritor Tejo Damasceno Ferreira. A dedicação e o esforço dos integrantes do Movimento originou o ato municipal declarando de utilidade pública da Casa Schmidt-Presser, tudo sob a liderança incansável de  Scheffel, o qual foi presidente e vice-presidente da Seccional.

E.F.Scheffel foi responsável pela criação do Grupo Amigos de Hamburgo Velho que saiu pintando muros e paredes acinzentadas, imprimindo um colorido alegre e jovial ao sisudo e conservador Bairro de Hamburgo Velho à época. Por muitos anos dividiu residência na bela Itália ( antes em Florença e desde 1996 na Toscana em uma acolhedora Villa do interior italiano) e finalmente com a Fundação de Hamburgo Velho no Brasil. Em virtude disso sua obra de arte encontra-se em dois mundos, na Europa e um expressivo conjunto de esculturas e pinturas na sede da Fundação Ernesto Frederico. 

Seu legado contribui para a formação e incentivo de jovens e adultos desta e futuras gerações. O atual Diretor da Fundação é Angelo Reinheimer que dedica-se de forma exemplar no atendimento dos visitantes e pesquisadores, com o apoio de funcionários cuidam da administração e preservação desse valioso patrimônio.
O  Executivo hamburguense com suporte legal da Câmara de Vereadores  fixa uma dotação anual  para a  Fundação.

segunda-feira, julho 24, 2017

AUTORES DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ



AUTORES DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ

A oportuna iniciativa dos jornais NH e VS do Grupo Editorial Sinos trata da publicação de textos e entrevistas  na língua alemã. Mais precisamente do dialeto hunsrich  da região alemã  originária da maioria dos imigrantes que aportaram em nosso  Estado em 25 de julho de 1824. “Für Immer” ( “Para Sempre”) é fruto do trabalho de Moacir Fritzen, Marcello Coller e Gabriel Guedes.

Esse evento provocou-me pesquisar em minha biblioteca particular não catalogada, o que tenho de Autores da Imigração Alemã.  Historicamente mais importante é o leopoldense Vianna Moog, nascido em 1906, membro da  Academia Brasileira de Letras com uma rica produção literária, destacando-se “ Um Rio Imita o Reno”  com a vida e obras dos imigrantes à margem do Rio dos Sinos.  O  jornalista hamburguense Felipe Kuhn Braun com 12 livros sobre Cidades ( Bom Princípio, Dois Irmãos, Linha Nova, Novo Hamburgo ). Memoriais, Cartas e Relatos de Imigrantes Alemães, Histórias.

“Canaã” de Graça Aranha, “O Continente” de Érico Veríssimo, “A Ferro e Fogo” de Josué Guimarães e “Videiras de Cristal” de Luiz Antonio de Assis Brasil podem ser considerados clássicos trazendo relatos de vida dos imigrantes.

“O Incidente” de Diva Walzer Kuhn , “Os Amores de Jacobina” do Pastor Martin Dreher publicados neste ano pela Editora Oiko. Tive o privilégio de receber seus autógrafos com tocante dedicatória.

Podemos ainda enumerar Telmo Lauro Müller “Colônia Alemã: Histórias e Memórias”,
Daniel Hillebrand “Registro da chegada dos imigrantes alemães em São Leopoldo”, Jean Roche “A Colonização Alemã e o Rio Grande do Sul”.

Minha relação de autores da imigração alemã é ainda maior, dado o espaço que tenho disponível nesta crônica fico por aqui desejando a todos uma boa leitura.

sexta-feira, junho 30, 2017

O ARQUITETO ALEMÃO






Tive o inusitado prazer de encontrar pela primeira vez o professor KURT WALZER nos idos anos setenta quando criamos o Movimento em Defesa do Acervo Cultural Gaúcho, incentivados pelo Dr. Leandro da Silva Telles, doutor pela Universidade de Berlim, fundador do Movimento e autor de um dos primeiros livros que tratam   da preservação e conservação do patrimônio cultural.


Um grande companheiro, o prof. Walzer era uma pessoa de elevada cultura e muito bom humor. Tratava com extrema cortesia a todos e em particular seus alunos de matemática e física. Carismático, tornou-se popular com os quais teve a oportunidade de conviver. Ele nasceu em Strassburg, no Estado da Alsácia, à época Alemanha, hoje território francês. Quando concluiu seus estudos de Pedagogia, candidatou-se para um emprego fora da Alemanha, pois era difícil emprego em alguma Escola da Alemanha, e esse cronista acredita também que era por não estar inscrito no Partido Nacional (nazista). Teve 3 opções: Hong-Kong, Espanha e sul do Brasil.


Tendo optado pelo Brasil foi contratado pelo padre jesuíta Michael Meier, diretor da Escola Normal Católica de Hamburgo Velho, onde lecionou em alemão(os alunos entendiam o idioma de Goethe), simultaneamente estudava português após 3  meses falava seu novo idioma. Exímio violinista, lecionou música organizando várias orquestras.

 A Escola teve de seus 38 projetos arquitetônicos nas várias construções 22 foram de autoria do prof.Walzer.
 No dia do colono de 1939, o discurso  de  um aluno da escola irritou o Secretário de  Educação do Estado  do Rio Grande  do Sul
 Dr. J.P.C. Coelho de Souza, representante da ditadura Vargas, o que ocasionou o fechamento da Escola e os professores perseguidos e presos. O prof. Walzer foi um dos levados à Casa de Correção (cadeia pública), teve bens apreendidos e ao ser libertado só recebeu uma  parte de volta.
 
Mais detalhes dessa extraordinário biografia podem ser conhecidos no livro INCIDENTE da historiadora Diva Walzer Kuhn, filha do mestre Kurt Walzer.
















domingo, maio 07, 2017

CINQÜENTA ANOS DE LIBERATO SALZANO



No início de 1967 em reunião na Associação Comercial e Industrial de Novo Hamburgo fui incentivado por Lauro Diogo de Jesus, Coordenador da ACI/NH e cronista do jornal N.H., a participar do concurso para os cargos de funcionários e professores da Escola Liberato Salzano Vieira da Cunha.

O Diretor recém nomeado pelo Governo do Estado era o professor Orlando Razzera, matemático e físico do Colégio Júlio de Castilhos, o famoso "Julinho". Após entrevista com o Diretor e tendo ainda o crédito de ter sido aprovado em primeiro lugar no Concurso Estadual para o cargo de Secretário de Escola, fui nomeado Secretário Executivo.

A aula inaugural foi ministrada pelo Dr.Níveo Leopoldo Friedrich, líder empresarial e Prefeito Municipal que falou do Convênio tripartite Governo Federal (Obras e Equipamentos) Municipal (doação de uma área de terras de 20 hectares) e Estado (pessoal e custeio de manutenção).

O início em 12 de abril deveu-se ao atraso pelo Governo do Estado(como sempre?) para publicação dos Atos de criação da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, com os Cursos Técnicos em IIº Grau em Química em 1967.

Eletrotécnica coordenado por Fernando Fabiano da Rosa, formado pela E.T.Parobé de Porto Alegre e especializado em Eletrecité de France   e Mecânica, coordenado pelo Engenheiro Adolf Sajovic, com especialização na Europa, ambos começaram  em 1968.
O Corpo Docente altamente qualificado comprovou através dos anos o sucesso do empreendimento com a formação de técnicos profissionais competentes aceitos pelas melhores empresas e mesmo órgãos governamentais no Estado, no País e no exterior. Lembramos que alguns estagiários de Química receberam bolsas de estudo no exterior (América Latina, Alemanha e Suécia por exemplo).

Importante salientar que os Cursos eram à época totalmente gratuitos e como funcionavam  em tempo integral os alunos, funcionários e professores recebiam o almoço na Escola sem ônus para eles.

Com o decorrer do tempo e por necessidades do mercado foram criados novos cursos e passou-se também a prestar serviços de assessoria e assistência técnica às empresas tendo em vista a alta qualidade e precisão dos equipamentos, laboratórios e recursos humanos da Fundação.



sexta-feira, abril 21, 2017

A RELIGIÃO DE JACOBINA



No meu tempo de criança lembro que era hábito em minha família, a leitura de livros, revistas e jornais. Antes do almoço ou do jantar nosso pai fazia a leitura de um ou dois capítulos de um livro.  À época chamou-me a atenção o livro do Padre Jesuita Ambrósio Schupp " OS MUCKERS". Episódio histórico extrahido da vida contemporânea nas colônias alemãs do Rio Grande do Sul.


Ficamos sabendo agora que era um livro antimucker já que ..."Não foram ouvidos Mucker nem avaliados os autos do processo...os informantes de Schuppestavam todos eles do outro lado da trincheira, particularmente o Delegado de Polícia"...Sua finalidade didática era alertar sobre os perigos que surgem quando pessoas se afastam dos ensinamentos da Igreja e preparar jovens jesuítas que se dirigiam ao Brasil quanto aos perigos que os esperavam"...caracterizando a intolerância religiosa nas época.

 O primeiro livro a defender os Mucker foi publicado em 1957 por Leopoldo Petry "O Episódio do Ferrabraz( Os Mucker), contestando as leituras de Schupp, convertendo-se em libelo, no qual os Mucker são transformados de criminosos em vítimas.
O Pastor Martin N. Dreher, Doutor em História da Igreja e consagrado autor,  lança o livro "A RELIGIÃO DE JACOBINA" em boa hora pela Editora Oikos.Segundo Leandro Karnal " O autor penetrou fundo no pantanoso mundo da memória sobre os Mucker...trouxe uma contribuição essencial para o conhecimento dos fatos que abalaram os anos da década de 1870... quais os limites da religião e religiosidade na colônia de ascendência alemã...a reação forte à comunidade apelidada pejorativamente de Mucker ? Como fazer de Jacobina uma pessoa capaz de trazer à luz as contradições e tensões da sociedade  do Vale dos Sinos e adjacências?...respostas tratadas com profissionalismo e brilho por Martin Dreher".

Vale a pena conhecer esse Livro!!